Chuva de meteoros Leonídeos – 17 e 18 de novembro de 2017




Chuva de meteoros Leonídeos – 17 e 18 de novembro de 2017

O máximo da chuva de meteoros Leonídeos ocorrerá antes do amanhecer de 17 e 18 de novembro de 2017. A Lua Nova não interferirá na observação do fenômeno!

Chuva de meteoros Leonídeos sobre Monument Valley, EUA em 2015 - Crédito: Sean M. Sabatini.
Chuva de meteoros Leonídeos sobre Monument Valley, EUA em 2015 – Crédito: Sean M. Sabatini.

A chuva de meteoros Leonídeos é um evento astronômico anual e que pode ser visível de todo o Planeta. Como a maioria das chuvas de meteoros, esse fenômeno também está associado a um cometa. Nesse caso, os Leonídeos são originários do Cometa Tempel-Tuttle ou também denominado 55P/Tempel-Tuttle. O cometa Tempel-Tuttle passa próximo do Sol (periélio) a cada 33 anos, sendo assim, um cometa periódico. A última passagem desse cometa ocorreu em 1998 e a próxima visita desse corpo celeste acontecerá em 2031.

A maior “tempestade” de meteoros da história moderna:

Historicamente, a chuva de meteoros Leonídeos foi bastante vista e despertou muito espanto no passado. No ano de 1833 foram vistos incríveis milhares de meteoros por hora! Isso tornou o fenômeno a grande “tempestade” de meteoros dos tempos modernos. Em razão da descoberta do cometa Tempel-Tuttle em 1865, os astrônomos previram sua passagem a cada 33 anos e associaram a possibilidade da relação das chuvas de meteoros serem provocadas por cometas. Assim, em 1866 ocorreu a passagem do cometa Tempel-Tuttle como naquele mesmo ano aconteceu uma grande tempestade de meteoros Leonídeos. Isso comprovou a ligação entre cometas e chuvas de meteoros!

Gravura de Adolf Vollmy de 1889 produzida para o livro adventista Bible Readings for Home Circle de Adolf Vollmy.
Gravura de Adolf Vollmy de 1889 produzida para o livro adventista Bible Readings for Home Circle de Adolf Vollmy.

A gravura acima foi baseada na pintura do artista suíço Karl Jauslin, que, por sua vez, foi produzida pelo relato em primeira-pessoa da tempestade de 1833 por um ministro, Joseph Harvey Wagoner, que viu o fenômeno em 1833 no caminho da Flórida para Nova Orleans.

O núcleo do cometa Tempel-Tuttle, assim como a maioria desses corpos celestes, lança e deixa para trás de sua trajetória um rastro de fragmentos. O núcleo sofre grandes diferenças de pressões à medida que o cometa se aproxima do Sol, e assim, muitas partículas são ejetadas para o espaço. Essas partículas criam uma faixa de detritos que, assim como o cometa de origem, também orbitam o Sol. Quando essa faixa de detritos cruza a órbita da Terra e chocam-se com nossa atmosfera acontece uma chuva de meteoros.

Uma chuva de meteoros ocorre quando a Terra passa pela faixa de detritos deixados por um cometa.
Uma chuva de meteoros ocorre quando a Terra passa pela faixa de detritos deixados por um cometa.

Não necessariamente é preciso que o cometa cruze a órbita da Terra para ocorrer uma chuva de meteoros. Ou seja, somente a faixa de detritos atravessar a órbita do nosso planeta já é suficiente para que o fenômeno aconteça.



Observação da chuva de meteoros Leonídeos:

A chuva de meteoros Leonídeos pode ser observada antes do amanhecer de 17 e 18 de novembro de 2017. O melhor intervalo para ver os meteoros é entre a meia noite e o amanhecer, de preferência entre às 2h e 4:30 da madrugada (entre 3h e 5:30 para Horário de Verão), tanto em 17 quanto em 18 de novembro.

São estimados cerca de 15 meteoros por hora para a chuva de meteoros Leonídeos. Os meteoros têm como característica serem rápidos e brilhantes! A visibilidade e possibilidade de observar os Leonídeos é melhor quando o radiante – ponto a partir de onde parecem surgir os meteoros – se encontra mais alto no céu.

Leonídeos sobre Ontário, EUA em 2015 - Crédito: Malcolm Park.
Leonídeos sobre Ontário, EUA em 2015 – Crédito: Malcolm Park.



O radiante da chuva de meteoros Leonídeos se encontra na constelação do Leão, mais precisamente à esquerda da estrela mais brilhante dessa constelação, a alfa Regulus. Utilize a carta celeste abaixo para localizar a constelação no céu. A constelação de Leão nasce no horizonte Leste, local onde o Sol nasce, por volta da 1h da madrugada (2h Horário de Verão). Porém, para melhor observá-la tente começar a observação a partir das 2h (3h Horário de Verão).

Radiante da chuva de meteoros Leonídeos localizado na constelação de Leão. O máximo do fenômeno ocorre antes do amanhecer de 17 e 18 de novembro de 2017. Crédito: Star Walk 2.
Radiante da chuva de meteoros Leonídeos localizado na constelação de Leão. O máximo do fenômeno ocorre antes do amanhecer de 17 e 18 de novembro de 2017. Crédito: Star Walk 2.

Em 2017, a chuva de meteoros Leonídeos não terá a interferência da Lua. A Lua Nova será justamente no dia 18 de novembro, o que favorecerá a observação do fenômeno. Sem o brilho do luar não há o reflexo da Lua sobre a atmosfera da Terra, e assim, o ofuscamento de meteoros menos brilhantes.



Dicas para a observação da chuva de meteoros Leonídeos:

Local escuro: é importante estar de preferência afastado das luzes artificias dos centros urbanos. Assim, você evita o ofuscamento causado pela poluição luminosa (PL), a qual dificulta a observação dos meteoros no céu.

Visível a olho nu: observar uma chuva de meteoros não requer o uso de algum instrumento astronômico. Ou seja, você não precisa usar algum binóculo ou telescópio. Você pode simplesmente observar a olho nu!

Personagens Calvin e Haroldo (de Bill Watterson) contemplando meteoros. É possível observar alguns meteoros no céu a partir de um local longe da poluição luminosa.
Personagens Calvin e Haroldo (de Bill Watterson) contemplando meteoros. É possível observar alguns meteoros no céu a partir de um local longe da poluição luminosa.

Consulte a fase da Lua: a Lua não interferirá na observação da chuva de meteoros Leonídeos, sendo assim, não teremos dificuldades na observação do fenômeno. Porém, para observar outras chuvas de meteoros sempre consulte a fase da Lua. Pois, a claridade do luar sobre a atmosfera terrestre diminui a visualização de meteoros menos brilhantes, reduzindo assim, o aproveitamento da observação do fenômeno.
As fases da Lua como Crescente Gibosa (quase cheia); Cheia; e Minguante Gibosa (algumas noites após a fase cheia) podem interferir muito na observação de uma chuva de meteoros!

Use uma carta celeste ou um aplicativo: utilize como apoio uma carta celeste ou planisfério para a observação do fenômeno. Assim, você sabe horário, onde olhar para o céu e identifica a constelação no céu. Ao instalar algum aplicativo de simulação do céu em seu dispositivo móvel, você saberá como mais exatidão o horário, ponto cardeal e posição da constelação no céu de acordo com sua localidade.

Registre sua observação: utilize um bloco de anotações para registrar os horários e algumas características dos meteoros observados. Você também pode fazer o mesmo em seu smartphone! Se o local for muito escuro é recomendado usar uma lanterna de luz vermelha, para evitar ofuscamento pela luz branca. Assim, você não perde a adaptação dos olhos à pouca luz durante a observação.



Como observar chuvas de meteoros?

Veja também no vídeo abaixo dicas e informações produzidas pelo Projeto Exoss sobre como observar chuvas de meteoros?

Relate o que você viu!: ao observar uma chuva de meteoros e avistar algum meteoro muito brilhante, você também pode relatar o meteoro que você observou através do link: Relate um Bólido: é legal e rápido! Em aproximadamente um minuto você registra e colabora para o projeto de ciência cidadã do site Exoss.

Leia mais sobre a chuva de meteoros Leonídeos em: Atividade da Chuva de Meteoros Leonids 2017

Participe da transmissão ao vivo da chuva de meteoros Leonídeos:

Participe e assista a live promovida pelo canal da página Universo da Astronomia que terá participação do Grupo de Astronomia de Pernambuco. Explicaremos sobre o fenômeno, responderemos dúvidas e apresentaremos imagens ao vivo das câmeras do Projeto Exoss.

Chuva de meteoros Leonids 2017 | Parte 1 – madrugada de 17 de novembro de 2017:

Chuva de meteoros Leonids 2017 | Parte 2 – madrugada de 18 de novembro de 2017:

Fontes:
International Meteor Organization – IMO
American Meteor Society – AMS
Meteorshowers.org
Earthsky.org

Sobre AstroPE 212 Artigos
O Grupo de Astronomia de Pernambuco tem como objetivo divulgar a Astronomia através de Projetos e Atividades Práticas para todos os públicos. Nós realizamos atividades em escolas públicas e privadas tanto na Região Metropolitana do Recife quanto em outras cidades e Estados. Divulgando assim cada vez mais essa fantástica ciência, a Astronomia.

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